O Rio Grande do Norte já contabiliza 7.387 casos de dengue, no periodo de 3 de janeiro a 6 de novembro deste ano. O boletim epidemiológico sobre a doença acaba de ser divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap). De acordo com o documento, do total de ocorrências, 4.644 se deram na Grande Natal, totalizando 61,69% das ocorrências no estado.
Além disso, foram confirmados 101 casos de febre hemorrágica – uma variação mais grave da dengue -, 52 registros de dengue com complicação e três confirmações de óbito. O monitoramento da Sesap se deu nos 20 municípios do RN tidos como prioritários, seguindo critérios demográficos e de índice de infestação.
Estima-se que, até o momento, eles concentrem 5.767 casos registrados de dengue, isto é, 78% das ocorrências. Destes, os municípios onde há maior incidência da doença são Pau dos Ferros, Jardim do Seridó, Natal e Parnamirim. A tendência ainda é de que a situação piore.
No início do mês, o Ministério da Saúde divulgou lista das cidades prioritárias segundo constatado no LIRAa (Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti).
No documento, quatro municípios potiguares são mencionados por elevada possibilidade de surto epidêmico: Ceará Mirim (11,7%), São Miguel (8,5%), Mossoró (4,6%) e Caicó (4,2%). Para o Ministério da Saúde, as localidades consideradas críticas são aquelas que têm nível de infestação acima dos 3,9%.
Natal também aparece sob estado de alerta, embora não detenha índices maiores. A subcoordenadora de Vigilância Epidemiológica da Sesap, em entrevista para o Jornal 96 (96FM), disse ainda que as estimativas é de que 60% dos municípios do RN apresentem risco de surto. Com isso, ela afirma que as ações devem se concentrar não somente nos quatro municípios apontados, mas em todos os 167 do estado.
Caso as ações não sejam implementadas de modo satisfatório, é possível que o estado tenha surto no próximo ano. O alto índice de infestação nos meses que antecedem o verão indicam grande possibilidade de epidemia, uma vez que a dengue é uma doença sazonal. Segundo o Ministério, são nos cinco primeiros meses do ano que se registra a maioria dos casos – cerca de 70% das ocorrências.
Isso ocorre porque as temperaturas mais altas aceleram o ciclo de reprodução do mosquito transmissor da doença. Em outras situações, o vetor demoraria cerca de 30 dias para completar seu desenvolvimento. No verão, esse tempo cai para aproximadamente 12 dias.
Fonte: No Minuto